Polícias raptados em Bangui, aldeias atacadas, rebeldes que não desarmam, após vários meses de calma, a República Central Africana (RCA) revive a violência enquanto a força militar francesa Sangaris deixa o país.
Apesar da época de trégua que se viveu depois da visita do Papa Francisco, em novembro de 2015, altura em que os centro-africanos elegeram um novo presidente, Faustin-Archange Touadéra, que viria terminar uma transição política caótica e trazer estabilidade ao país após três anos de conflitos, a situação de segurança permanece extremamente frágil, como demonstram as novas tensões em Bangui, na semana passada, as maiores desde a eleição de Touadéra. Seis policiais foram feitos reféns por um “vigilante” no PK5, o bairro muçulmano de Bangui, onde uma operação dos Capacetes Azuis da Minusca resultou em sete mortos e cerca de vinte feridos, segundo fontes hospitalares.
“Estamos face a grupos armados que possuem armas de guerra”, declarou o ministro da Segurança, Jean-Serge Bokassa, contactado pela AFP, “enquanto não forem desarmados, não haverá calma duradoura e continuarão a ser registados picos de violência”.
“Esses grupos são criminosos e nada mais, envolvem-se em atividades de banditismo e matam impunemente, não têm uma agenda política”, disse o ministro, “esperamos que a Minusca consiga neutralizar todos aqueles que desafiam a autoridade do estado “.
Os 12.000 tropas da Missão das Nações Unidas na RCA (Minusca) colocados no país encontram-se hoje na linha da frente, enquanto se aguarda a fundação – ainda distante – de um exército centro-africano.
A França terminou a operação Sangaris, desencadeada na emergência em dezembro de 2013 para travar os assassinatos sectários entre ex-rebeldes Seleka e milícias cristãs Anti-Balaka.
Os efetivos franceses, resumem-se agora a 350 homens – contra 2.500 no auge das tensões – e destinam-se a ser uma “força de reserva tática” em apoio à força da ONU, tal como confirmou Paris.
Várias fações dissidentes das antigas milicias Seleka, que assumiu o poder em março 2013, antes de serem expulsos no início de 2014 – continuam a ameaçar redutos norte e leste, incluindo a Frente Popular para o Renascimento Centro-africano do general Adam Nourredine, alvo de sanções internacionais.
OS PATRIÓTAS
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