A comissão especial do Senado Brasileiro que analisa o pedido de destituição da Presidente Dilma Rousseff, atualmente com mandato suspenso, dispensou, na segunda-feira, quatro testemunhas, o que gerou críticas junto da defesa.
Os senadores aliados do Presidente interino, Michel Temer, alegaram que não seria necessário ouvir pessoas que poderiam apresentar argumentos que já foram expostos na comissão.
No momento em que a decisão foi tomada, duas das testemunhas já aguardavam numa sala especial da comissão a sua vez para falar.
A dispensa das testemunhas gerou protestos entre os apoiantes de Dilma Rousseff, que consideram não estar a ser assegurado o direito à defesa.
A defesa alegou não ter incluído na sua lista de testemunhas dois nomes que faziam parte da lista da acusação, e o presidente da comissão, Raimundo Lira, concedeu um prazo de 24 horas para que a defesa reformule a sua lista e incluía esses dois nomes, retirando outros, se desejar.
"É um escândalo o que está fazendo. Eles estão fazendo isso porque a estratégia deu errado. Os técnicos do governo, na semana passada, destruíram a tese da acusação", afirmou o senador Lindbergh Farias, do Partido dos Trabalhadores (PT), que apoia Dilma Rousseff, referindo-se a testemunhas da acusação que favoreceram a defesa.
Cássio Cunha Lima, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), disse que é "absolutamente normal e corriqueiro" a dispensa de uma testemunha e acusou a defesa de tentar protelar os trabalhos.
"Vemos que os aliados de Dilma tentam de forma deliberada extrapolar o prazo de seis meses, para que eventualmente Dilma possa reassumir o seu mandato, o que irá aprofundar a crise", disse.
Esta decisão acontece depois de o presidente da comissão ter decidido, na semana passada, recuar na decisão de reduzir os prazos para a apresentação das alegações finais da acusação e da defesa.
O governo interino já fez saber, pela voz do ministro da Casa Civil brasileiro, Eliseu Padilha, a 02 de junho, que quer o `impeachment` (destituição) finalizado o mais depressa possível.
Dilma Rousseff tem o mandato suspenso, desde 12 de maio, por um período de até 180 dias, durante o qual será julgada pelos senadores.
Se dois terços dos senadores (54) votarem pelo seu afastamento definitivo, o Presidente interino, Michel Temer, assumirá permanentemente a Presidência.
Caso tal não aconteça, Dilma Rousseff volta a assumir o comando do país.
RTP COM OS PATRIÓTAS
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